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AS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (ISTs)
Saúde
AS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (ISTs)
Nitza Ferreira Muniz[1]
O termo Infecção Sexualmente Transmissível (IST) passou a substituir a expressão Doença Sexualmente Transmissível (DST), devido à possibilidade dos indivíduos possuírem e transmitirem a infecção, mesmo sem apresentarem sinais e sintomas. Ou seja, algumas pessoas podem possuir alguma IST e até mesmo nem saberem. Resumindo, as ISTs são consequências negativas para a saúde de uma pessoa geralmente por causa de uma relação sexual desprotegida (BRASIL, 2015).
Então rapidamente vem a seguinte pergunta: “como pega”? Dessa forma segue alguns esclarecimentos: as ISTs passam de um indivíduo para outro, ou seja, “pega” por meio de contato com sangue ou alguns fluidos corporais (secreção vaginal, sêmen e leite materno) contaminados. As formas de contaminação são as seguintes: sexo (anal, oral e vaginal) sem proteção, uso de perfuro cortantes contaminados não esterilizados (alicate de unha, tesoura, barbeadores, agulhas, giletes) e de mãe para filho durante a gestação, o parto ou por meio da amamentação; “Não pega”: por beijos, abraços e carícias e relação sexual com proteção (SOARES; ARMINDO; ROCHA, 2014; BREGA, et al., 2016).
Segue as principais ISTs: Cancro mole, Clamídia, Doença inflamatória pélvica, Donovanose, Gonorréia, Hepatite B, Herpes, Linfogranuloma venéreo, Papiloma Vírus Humano (HPV), Sífilis, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). As ISTs podem ser prevenidas de vários modos como o uso de preservativo masculino ou feminino durante o ato sexual, o uso de esterilizador adequado em estabelecimentos que utilizam perfuro cortantes, não compartilhamento de perfuro cortantes e realização de exames como testes rápidos que são gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além do uso do preservativo para proteção contra as ISTs nos casos de hepatite B e HPV a prevenção se dá também pela imunização, ou seja, pelas vacinas que são ofertadas de forma gratuita pelo SUS segundo calendário vacinal.
Além disso, o SUS fornece especificamente para o HIV/AIDS as seguintes estratégias de prevenção: Tratamento como Prevenção (TcP), Profilaxia Pós exposição (PEP) e a Profilaxia Pré-exposicao (PrEP). Mas o que são? O TcP é quando pessoas vivendo com HIV/AIDS fazem uso de medicamentos antirretrovirais para alcançar a chamada “carga viral indetectável” que segundo os estudos científicos proporcionam uma melhora significativa na qualidade de vida de quem possui HIV/AIDS e tornam muito menores as chances de transmitir o vírus à outra pessoa. A PEP é a utilização da medicação antirretroviral após qualquer situação em que exista o risco de contato com o vírus HIV. A medicação age impedindo que o vírus se estabeleça no organismo, por isso, é importante que seja iniciado o uso do medicamento o mais rápido possível após o contato: em até 72 horas, sendo o tratamento mais eficaz se iniciado nas duas primeiras horas após a exposição. O tratamento deve ser seguido por 28 dias. Já a PrEP é a utilização do medicamento antirretroviral por aqueles indivíduos que não estão infectados pelo HIV, mas se encontram em situação de elevado risco de infecção como os profissionais do sexo. Com o medicamento já circulante no sangue no momento do contato com o vírus, o HIV não consegue se estabelecer no organismo (BRASIL, 2017; UNAIDS, 2018).
Mas onde são fornecidos esses serviços de saúde e onde podem ser procuradas essas informações? Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) conhecida como o postinho dos bairros. Além disso, algumas cidades possuem os chamados Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) que são estabelecimentos de saúde especializados em ISTs.
Por fim, pode-se concluir a importância de se prevenir das ISTs visto os prejuízos que podem causar a saúde, lembrando que elas não possuem rosto, raça, cor ou sexo. Ou seja, qualquer pessoa pode contrair e ter uma IST. Além disso, no surgimento de qualquer dúvida em relação às mesmas, é importante lembrar que o SUS disponibiliza, de forma gratuita, várias informações, testes e formas de tratamentos.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília, 2015.
BREGA, M.P.P. et al. AIDS: um breve panorama sobre aspectos epidemiológicos, antropológicos, clínicos e a situação atual no brasil. Revista Científica FAGOC-Saúde, v. 2, n. 1, p. 40-49, 2017.
GONÇALVES, H. et al. Início da vida sexual entre adolescentes e comportamentos em saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 18, p. 25-41, 2015.
SILVA, A. T., JACOB, M. H. V. M., HIRDES, A. Conhecimento de adolescentes do ensino médio sobre DST/AIDS no sul do Brasil. Aletheia, n. 46, 2017.
SOARES, Rui, ARMINDO, Rui Duarte, ROCHA, Graça. A imunodeficiência e o sistema imunitário. O comportamento em portadores de HIV. Arq Med. 2014, 28(4): 113-21.
UNAIDS. https://unaids.org.br/prevencao-combinada/. Acesso em 14/12/2018.