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Curso de Museologia cria espaços de acessibilidade em exposição sobre Ditadura

Geral, Ensino

por Denise Ligmanovski publicado: 06/11/2024 11h41 última modificação: 06/11/2024 11h41

Alunos do 3° ano do curso de Museologia do campus de Curitiba I/Embap organizaram a exposição "Cartografia da Repressão/Resistência" Memórias da Ditadura em Curitiba, como resultado prático da disciplina de Exposição Curricular, obrigatória para conclusão do curso, ministrada pela professora Milena Santos Mayer.

 A exposição, realizada de 10 a 28 de outubro, na Sala Expositiva Leonor Botteri, foi a primeira do curso de Museologia organizada de forma presencial.

 O evento contou com recursos inovadores e adaptados que foram sinalizados com a logo universal de acessibilidade da ONU, garantindo que todos os visitantes se sentissem à vontade e bem-vindos no espaço.

 A turma foi dividida em Grupos de Trabalho (GT) e o GT de Acessibilidade teve a preocupação em deixar a exposição acessível a diferentes públicos e receber visitantes com algum tipo de deficiência, efetivando a inclusão.

 No dia 25 de outubro foi realizada uma mediação voltada à inclusão, com o objetivo de proporcionar uma experiência acessível a todos os visitantes. A atividade contou com a participação de alunos do Instituto Paranaense dos Cegos (IPC), do Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE), além de um grupo de cerca de 15 pessoas, composto por alunos do Colégio Adventista e servidores da Unespar. “A mediação permitiu que todos interagissem plenamente com os recursos da exposição, tornando a experiência verdadeiramente inclusiva e acessível a todos", explica a professora responsável pela atividade.

O GT de Acessibilidade foi composto por Alanna Wolf, Ana Paula Picolo, Ana Karina Foltran, Jasmine Melo e Lilian Gonçalves, todas alunas de Museologia.

 Vale destacar que Ana Karina é uma aluna PCD visual, cega e, portanto, sente na pele o que é não ter locais acessíveis e que recebam de forma acolhedora suas dificuldades. “Para nós foi como um laboratório que comprovou a eficácia da proposta inicial que era criar um ambiente inclusivo e acessível para todos os públicos”, garante Ana.

 “A atenção aos detalhes realmente fez a diferença. Ao longo do percurso, um cartaz tátil que representa as Lutas pela Anistia captura a atenção de todos. Os relevos foram elaborados com cuidado, permitindo que as pessoas sentissem a história sob suas mãos”, explica Alanna.

 Segundo a professora, “esta iniciativa representa um passo importante na busca pela democratização do acesso a diferentes públicos, sendo uma das primeiras a ser desenvolvida pelos alunos no campus da Embap”.

 As reações dos visitantes ao explorar os detalhes da exposição revelam a conexão emocional que a arte e a história podem criar. “A interação com os recursos táteis, como o mapa em alto relevo de Curitiba, que destaca locais marcantes da resistência e repressão, e as propostas artísticas, como a frotagem e as pinturas das mãos, geraram momentos de descontração e aprendizado, proporcionando uma experiência significativa e enriquecedora na exposição”, completa Milena.