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Docentes e egressas da Unespar integram evento de dança que destaca as mulheres nas artes cênicas
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Curitiba receberá pela primeira vez a Mostra Mulheres em Cena – Gira que tem por objetivo fomentar o trabalho de mulheres nas artes cênicas e criar um espaço para encontros, trocas, debates e ações poéticas. A Mostra é uma nova proposta do projeto Mulheres em Cena, que surgiu de forma independente, desde 2018, pela Cia. Fragmento de Dança, de São Paulo.
A Mostra – que é gratuita e conta com oito espetáculos - é idealizada e realizada por Vanessa Macedo e Cia. Fragmento, em São Paulo. Esse ano, a Mostra virou o Circuito Mulheres em Cena GIRA São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, por meio de uma parceria com a artista e coordenadora do curso de Dança da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) Gladis das Santas, com a Casa Hoffmann - Centro de Estudos do Movimento e Lígia Tourinho, com UFRJ/Centro Coreográfico do RJ.
Em Curitiba, as apresentações serão realizadas de 17 a 19 de outubro, na Casa Hoffmann (às 19 horas) e dia 18 de outubro, no Teatro Laboratório (Telab), da Unespar, às 9h30. Na programação consta ainda a roda de conversa “Entre Tantas Mulheres: invenções de mundos em danças (im) possíveis”, com artistas integrantes do Circuito, a ser realizada, dia 18 de outubro, às 10h30min, também no Telab.
A participação da Unespar vai além do espaço físico e se dá com apoio institucional e com a participação das artistas docentes do Colegiado de Licenciatura em Dança Renata Roel, Gladis das Santos e Ludmila Aguiar, além das egressas Malu Martins e Stephanie Fernandes.
A ação de circulação, realizada pela primeira vez este ano, reúne artistas que já se apresentaram em edições anteriores e também convidados de cada cidade. O circuito já passou pelo Rio de Janeiro (setembro), em São Paulo (começo de outubro) e agora chega em Curitiba, com a curadoria e produção local de Gladis das Santas apoiada por artistas docentes do Curso de Licenciatura em Dança.
Segundo Gladis, “é uma grande alegria poder conviver com a Cia. Fragmento, uma honra poder estar junta e também juntar as danças das três cidades, contemplando artistas mulheres também de Curitiba. Temos, dentre as apresentações, trabalhos das egressas da Universidade Malu Martins e Stephanie Fernandes, das artistas Renata Roel e Ludmila Aguiar Veloso, do colegiado de Licenciatura em Dança, além da incrível Princesa Ricardo Marinelli.”
Gladis completa a ideia com uma percepção: “Penso que é um primeiro ano do Circuito e assim feito como guerrilha para acontecer. Sinto que nos próximos anos, se assim conseguirmos fomento, poderá ser ampliado aqui em Curitiba, pois são tantas mulheres incríveis que protagonizam mundos com suas danças na cidade de Curitiba e no Brasil".
Os artistas envolvidos são: Cia. Fragmento de Dança (Maitê Molnar e Vanessa Macedo), Gladis das Santas, Lígia Tourinho, Ludmila Aguiar Veloso, Malu Martins, Princesa Ricardo Marinelli, Renata Roel e Stephanie Fernandes.
O evento tem apoio da ONG FINAC, PPGDan/UFRJ, Centro Coreográfico do Rio de Janeiro, Casa Hoffmann e Unespar, em Curitiba.
Programação completa:
17 de outubro, às 19h - Casa Hoffmann
Céu da Boca, com Ludmila Aguiar Veloso (Curitiba)
Sinopse: Céu da boca é uma dança que se faz de cócoras. Vai de encontro com a garganta, o grito e o chão. Ela grita sem que qualquer som escape. É silencioso. É uma abertura por dentro. Da garganta à pelve. Da pelve ao chão.
Duração: 30 min
Classificação indicativa: 14 anos
Maria samambaia faz 50 anos ou desaparece na selva, com Gladis das Santas (Curitiba)
Sinopse: Maria Samambaia faz 50 anos ou desaparece na selva diz sobre como não foi possível se tornar uma cantora, uma patinadora do gelo ou uma mãe maravilha e a dança aparece como mudança de rumo e celebra uma trajetória de vida onde fazer aniversário é assoprar uma vela, dublar a música preferida, brindar com as pessoas que importam ou apenas e simplesmente perceber o que se perde, esfarela com o tempo: os sonhos, desejos, músculos, memórias. Se comemora o que, às vezes, morre em vida, escapa, desaparece e há quem diga, se transforma, encontra outras potências.
Duração: 60 min
Classificação indicativa: 18 anos
18 de outubro, às 9h30 - Telab/Unespar
Marmoris, com Malu Martins (Curitiba)
Sinopse: Marmoris é uma pintura no espaço que se entrega ao entrelaçamento de duas vertentes de dança distintas, carregadas de vivências ainda mais diametralmente opostas: o Balé Clássico e o Vogue. Uma experimentação de estéticas do movimento que esculpiram a vivência em Dança deste corpo, evidenciando as marcas de diversos paradoxos sociais, culturais e discursivos.
Duração: 15 min
Classificação indicativa: Livre
Corpos D’ água, com Stephanie Fernandes (Curitiba)
Sinopse: "Corpos D'Água" é uma performance solo de Stephanie Fernandes que explora as profundezas da memória e sensibilidade, questionando sutilmente a arquitetura autoritária de Curitiba. Inspirada na obra "Água pro Morro" de Erbo Stenzel e na figura histórica de Anita Cardoso Neves, a performance reflete sobre a força dos nomes, histórias e vozes que resistem ao colonialismo. Fernandes utiliza seu corpo para conectar essas narrativas, lembrando-nos da fluidez da ancestralidade que, como a água, encontra sempre um caminho, transmutando colonialidades.
Duração: 25 min
Classificação indicativa: 14 anos
Roda de conversa: Entre Tantas Mulheres: invenções de mundos em danças (im) possíveis, com artistas integrantes do Circuito (10h30)
18 de outubro, às 19h - Casa Hoffmann
No te Vayas, com Cia Fragmento de Dança (São Paulo)
Sinopse: Numa busca incansável por si mesmo, tateamos o impossível. Talvez um outro tempo se anuncie, dizendo que não há fim, é sempre meio de caminho. Procura. Em No te Vayas, dois corpos testemunham a força do invisível. E lá, num espaço-sensação que não se define na forma, nem no tempo, criam seu pacto de transcendência. Sugerem ser duplo e avesso um do outro. Espelho. Sombra. É possível que o mito da alma gêmea faça sentido.
Duração: 30 min.
Classificação: 12 anos
Princípio Esquecimento, com Renata Roel (Curitiba)
Sinopse: Princípio Esquecimento convoca a memória. Compõe corpo, palavra e sonoridade numa dramaturgia que se debruça no movimento entrelaçado ao tempo - para que imagens se criem e se tornem outras na duração. A tentativa é que a palavra e o movimento não se fixem e definam significações, que criem lapsos de sentido, promovam aberturas em trânsitos onde o corpo possa, por instantes, esquecer e lembrar ser corpo, se tornar horizonte, cavalgada, intimidade, habitar a distância não calculável da terra com o sol e perceber o tempo com as crateras na superfície da lua.
Duração: 35 min
Classificação: 18 anos
19 de outubro, às 19h - Casa Hoffmann
Pedras Soltas, com Lígia Tourinho, direção de Regina Miranda (Rio de Janeiro)
Sinopse: Aborda a obra da escritora, jornalista, tradutora e dramaturga Patrícia Galvão, a Pagu, que tornou-se amplamente conhecida como a bela e mítica “musa do Modernismo brasileiro”, voltando-se principalmente para os textos escritos durante sua experiência na prisão, entre 1936 e 1940, e para a experiência corporal advinda do isolamento e das torturas físicas e emocionais que sofreu. Lígia Tourinho recoloca em cena a mulher radical, que se revolta e resiste sem entregar os pontos à loucura e à impotência. Baseada em “Até onde chega a sonda” (1939), texto escrito por Pagu enquanto estava na prisão, mais do que um diário de sobrevivência, a performance expressa a situação limite em que a autora se encontrava.
Duração: 28 min.
Classificação: 14 anos
Sobrou só o corpo, com Princesa Ricardo Marinelli (Curitiba)
Sinopse: E se sobrar só o corpo, o que sobra de possibilidades de performatividade? Como diferentes modos de ser corpo se evidenciam a partir do desnudamento? É possível sobrar só o corpo? Onde começa e onde termina, afinal, o que chamamos corpo? O que acontece se voltamos nossa atenção exclusivamente para as ficções que o corpo-materialidade-ancestral-futurística pode gerar?
Duração: 40 min
Classificação indicativa: 18 anos
Serviço:
Casa Hoffmann - Centro de Estudos do Movimento (Rua Dr. Claudino dos Santos, 58 - São Francisco)
Teatro Laboratório (Telab), Faculdade de Artes do Paraná/Unespar (Rua dos Funcionários, 1756 - Cabral)