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Em parceria com a Unespar, Projeto Rebimar desenvolve pesquisas que auxiliam na preservação de espécies ameaçadas de extinção

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publicado: 22/04/2019 11h17 última modificação: 05/07/2022 08h27

Uma equipe de estudantes e docentes do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Paranaguá, integra a 3ª fase do Rebimar, um projeto de Recuperação da Biodiversidade Marinha. Iniciativa da ONG Associação MarBrasil, desenvolvida com diversos apoiadores, entre eles a Unespar, conta com o patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental.

Implantado em 1998, o Rebimar consiste em um conjunto de ações socioambientais que têm como base a utilização de Recifes Artificiais para auxiliar a recuperação da biodiversidade marinha e dos estoques pesqueiros. Nesta 3ª fase, um dos principais objetivos é identificar e mapear a biota (conjunto de todos os seres vivos) presente nestes recifes e suas possíveis conexões - que formam os chamados “corredores ecológicos” -  visando a criação de novas unidades de conservação a fim de garantir a preservação das espécies ameaçadas a elas associadas, como a Tartaruga-verde, o Tubarão-martelo, a raia Manta e o peixe Mero.

Conforme explica Rafael Metri, docente da Unespar e coordenador desta etapa do programa, “a iniciativa é benéfica tanto para os pescadores artesanais, que terão um incremento e diversificação de pescados, quanto para os ecossistemas marinhos, devido ao aumento da biodiversidade nos locais onde os recifes são instalados”. Além dele, participam outros cinco professores do colegiado, como especialistas em taxonomia (identificação  e classificação) de diferentes grupos da biota, e cerca de dez alunos. Entre estes, há os voluntários e também aqueles que utilizam os dados para seus projetos de Iniciação Científica e Trabalho de Conclusão de Curso.

Além das pesquisas, vários produtos já foram gerados por meio do Rebimar, como cartilha para alunos, apostilas para professores e outros recursos didáticos sobre ecossistemas marinhos, atlas, guias metodológicos, protocolos de análise, aplicativos para smartfones, que podem ser conferidos no site www.marbrasil.org/rebimar e são amplamente distribuídos nos municípios do litoral. Outro ação de sucesso é o museu itinerante, montado em um trailer com tenda, que traz "o mar para perto do público". Confira mais sobre o projeto e sobre as espécies ameaçadas na página do Rebimar

A pesquisa

Nesta etapa são utilizadas duas metodologias: ARMS e fotoamostragem. Os amostradores, denominados ARMS (Autonomous Reef Monitoring Structure), são uma espécie de “prateleira” em PVC que imita a complexidade estrutural dos recifes nos quais é instalada. Eles foram desenvolvidos pelo programa Census of Marine Life (CoML) e Census of Coral Reef Ecosystems (CReefs), da National Oceanographic and Atmospheric Administration (NOAA), do Governo Americano que, em parceria com diversas instituições estabeleceram uma rede internacional de monitoramento da biodiversidade marinha. Já a técnica de fotoamostragem corresponde à avaliação de imagens padronizadas da biota nos locais de estudo.

As estruturas foram instaladas em 2018 em quatro pontos, sendo três no Paraná (Parque Nacional Marinho de Currais, Recifes Artificiais, Balsa naufragada) e um em São Paulo (Parque Estadual da Lage de Santos). Após cerca de um ano submersas, elas serão retiradas pela primeira vez nos próximos dias, após a Páscoa.  Como a estrutura é encapsulada ainda no fundo do mar e trazida intacta à superfície, toda a biota é transportada ao laboratório.

Com a estrutura em laboratório, a equipe realiza a investigação da biodiversidade presente. Segundo o professor, o método utilizado, que inclui a raspagem do material, permite uma análise mais aprofundada em comparação a outros, sendo capaz detectar espécies “crípticas”, ou seja, aquelas que não são visíveis. A partir desse estudo é possível comparar a biodiversidade encontrada com às de outras áreas monitoradas, verificando possíveis conexões entre elas. A previsão é de que os primeiros resultados saiam entre o fim do 1º semestre e o final do ano.

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