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Mulheres na Ciência: Investimentos do Governo do Estado em ações voltadas às mulheres na pesquisa passam de R$ 5 milhões
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Por meio da Fundação Araucária e da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o Governo do Estado já investiu cerca de R$ 5,4 milhões em programas voltados a pesquisas e ações extensionistas dedicadas às mulheres e projetos de pesquisadoras que tiveram câncer. Na edição Outubro Rosa do Programa Pesquisa Básica e Aplicada, que teve o resultado divulgado nesta quinta-feira (7), estão sendo investidos mais de R$ 1.385.535,00 para apoiar financeiramente 14 projetos desenvolvidos por pesquisadoras que foram diagnosticadas com câncer de mama.
Um dos projetos é coordenado pela pesquisadora e professora da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Priscila Caroza Frasson Costa, que aos 33 anos foi diagnosticada com câncer de mama. “O impacto foi grande na minha vida pessoal e profissional, já que estava no último ano do doutorado. É um momento muito difícil na vida de qualquer mulher que além do trabalho tem outras atribuições e de muitos desafios para uma mulher pesquisadora. Mas consegui seguir com o tratamento e com a pesquisa”, conta Priscila.
Atuando há 20 anos na pesquisa, hoje com 45, ela comemora a aprovação do projeto Quintas da Ciência da UENP – Pesquisa Integrativa, Alfabetização e Popularização. Com origem em Portugal, as “Quintas Ciência Viva” são espaços públicos de aproximação à ciência, cultura e inovação no mundo rural, com uma missão centrada na educação, cultura científica e valorização dos recursos locais, a partir de uma aliança institucional entre poder público, empresas e instituições de ciência, tecnologia e inovação (CT&I).
A proposta de pesquisa objetiva uma adaptação da iniciativa portuguesa, para estruturar exposições de caráter interativo, com ambientes que estimulem experiências científicas e tecnológicas, explorando o mundo microscópico, animal e vegetal, com diálogos no campo das Ciências Biológicas e das Humanidades.
“Já tendo enfrentado o câncer eu percebo que este edital valoriza as pesquisadoras e suas pesquisas. Além de promover a inserção das pesquisadoras mulheres nas diversas áreas do conhecimento e, desta forma, podemos contribuir com a produção científica que devolvemos à sociedade”, afirma a pesquisadora.
Valorização da mulher pesquisadora - A gerente de pesquisa e desenvolvimento da Fundação Araucária, Fátima Padoan, destaca que as pesquisas desenvolvidas pelas cientistas paranaenses estão contribuindo para que o Paraná esteja sempre na vanguarda a partir de ações inovadoras.
“Ações como esta edição do Outubro Rosa são uma forma de reconhecimento da relevância do trabalho desenvolvido pelas nossas pesquisadoras. É inegável que a presença da mulher é essencial para o progresso da sociedade e da ciência, que só têm a ganhar com a participação feminina e a diversidade de gênero”, enfatiza a gerente da Fundação Araucária.
Outro projeto aprovado na edição Outubro Rosa é o da professora e pesquisadora da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Kátia Kalko Schwarz. Com 55 anos de idade e atuando na pesquisa há 18 anos, já enfrentou o câncer mais de uma vez com cirurgias e tratamentos muito severos em 2011, 2012, 2013 e 2022.
“Continuo produzindo minhas pesquisas, talvez seja isso o que me move, e me torne mais viva a cada dia, além do grande apoio familiar, de amigos e a religiosidade”, ressalta Kátia.
Entre os desafios como mulher pesquisadora ela reforça as dificuldades enfrentadas na dupla rotina com o trabalho e em casa. “Nós temos na ciência as mulheres que além de executarem pesquisa, também são professoras, também atuam na extensão, como é meu caso. Além desta carga, nós mulheres ainda temos que cuidar da casa, dos nossos filhos, da nossa saúde. Temos inúmeros desafios que são muito superiores aos dos homens, enfrentamos muitas dificuldades em vários ambientes”, relata.
Kátia Kalko Schwarz coordena o projeto “Desenvolvimento tecnológico da transformação da pele da tainha em couro em comparação ao da tilápia”. A equipe percebeu que há um excedente de pesca da tainha no Paraná e que a pele acaba sendo descartada ou incinerada, mas que pode, através do desenvolvimento de técnica adequada, ser também transformada em couro a exemplo do que já é feito com a tilápia por meio de outro projeto. A pesquisadora afirma que o apoio recebido do Governo do Estado em sua carreira científica traz inúmeros benefícios.
“Além do apoio financeiro para a execução das atividades de pesquisa, com um prazo bom dentro das nossas possibilidades físicas de saúde, para exercer a profissão, melhora a autoestima, posso servir de exemplo e continuar colaborando com o crescimento científico do Paraná.”
A lista com os 14 projetos aprovados na edição Outubro Rosa do Programa Pesquisa Básica e Aplicada está disponível no site www.fapppr.pr.gov.br em Programas/Programas Fechados 2023.
Empoderamento e Liderança – Outra ação da Fundação Araucária e da Seti é o Mulheres Paranaenses: Empoderamento e Liderança que apoia 86 projetos com investimento de R$ 4 milhões. A iniciativa envolve ações voltadas à formação de lideranças e empoderamento de mulheres com temas como o combate à violência contra a mulher, mulheres indígenas, mulheres em situação de rua, em situação de vulnerabilidade, empreendedorismo, mulheres na agricultura familiar, meninas na ciência, saúde da mulher, empoderamento de mulheres do campo, entre outros. Os projetos iniciaram em 2022 e têm até 48 meses para serem executados.
Fonte: Editoria Fundação Araucária. Disponível em https://www.fappr.pr.gov.br/Noticia/Mulheres-na-Ciencia-Investimentos-do-Governo-do-Estado-em-acoes-voltadas-mulheres-na.