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Projeto de Extensão "Plantas Medicinais" resgata saberes tradicionais e promove saúde em Paranavaí
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Você sabia que o uso de plantas medicinais, presente ao longo da história da humanidade, está sendo resgatado por meio de um projeto de extensão do campus de Paranavaí da Universidade Estadual do Paraná (Unespar)? O projeto, intitulado "Plantas medicinais: saúde, alimentação e educação ambiental", coordenado pela professora Franciele Bohm, do curso de Ciências Biológicas, tem como objetivo disseminar informações seguras sobre o uso dessas plantas, além de promover o resgate sustentável do conhecimento tradicional. A iniciativa ocorre em escolas de ensino fundamental II e médio, além de ser realizada na comunidade, quando solicitada, em associações de idosos e prefeituras.
A proposta surgiu a partir de um levantamento etnobotânico de plantas medicinais em Paranavaí e regiões próximas, no qual se constatou que o conhecimento sobre o uso dessas plantas tem se perdido ao longo do tempo. "Percebemos que, com a correria do dia a dia e o fácil acesso a medicamentos sintéticos, as pessoas estão se afastando do cultivo de plantas medicinais. Isso é algo preocupante, pois se trata de um conhecimento que está desaparecendo", explica a professora Franciele. Outro problema identificado por ela é a disseminação de informações incompletas em redes sociais. "Muitas mídias compartilham receitas e dicas de uso de plantas medicinais sem mencionar aspectos importantes, como a quantidade correta a ser utilizada e os possíveis efeitos adversos", relata.
Para combater essa desinformação, o projeto elabora aulas especiais, oficinas e materiais didáticos que destacam a importância das plantas tanto para a saúde quanto para a preservação ambiental. Entre os temas abordados estão o consumo racional de plantas medicinais e a inclusão de alimentos de origem vegetal com propriedades terapêuticas na dieta. "Durante as oficinas, explicamos para os jovens sobre os benefícios das plantas, como usá-las corretamente e como elas podem contribuir para uma alimentação mais saudável. Além disso, incentivamos a reflexão sobre a relação entre o uso das plantas e a preservação do meio ambiente", comenta a professora.
Muitos jovens relatam sintomas de ansiedade e depressão, e o projeto aborda essas questões ao introduzir uma revisão de literatura sobre plantas com efeitos terapêuticos no sistema nervoso. "Identificamos que esses temas são relevantes para os jovens, então utilizamos esse interesse para despertar neles a curiosidade sobre as plantas medicinais", afirma Franciele.
Além de resgatar o conhecimento sobre as plantas, o projeto também busca promover a conscientização sobre a importância da preservação da biodiversidade. A professora Franciele destaca que esse aspecto é fundamental tanto para a manutenção da vida quanto para a saúde humana, já que as plantas possuem princípios ativos essenciais. "As plantas medicinais desempenham um papel crucial na saúde, mas é importante lembrar que, apesar de serem naturais, elas possuem compostos poderosos. Por isso, é necessário utilizá-las com cautela, compreendendo qual parte da planta deve ser utilizada, a forma correta de preparo e as quantidades adequadas. O uso de plantas medicinais sempre deve ser comunicado ao médico", adverte a professora.
Com o aumento dos custos dos medicamentos sintéticos, o uso responsável de plantas medicinais também oferece uma contribuição socioeconômica, configurando-se como uma alternativa viável para muitas pessoas. "Queremos mostrar que as plantas medicinais podem ser uma solução acessível e eficaz, desde que usadas de forma segura e consciente. Nosso objetivo é não só preservar esse conhecimento tradicional, mas também contribuir para o bem-estar das pessoas e para a sustentabilidade ambiental", conclui a professora Franciele.