Geral
Seminário Cinema Brasileiro na Escola promovido pela UNESPAR/FAP ocorreu no dia 27 de agosto.
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O Seminário Cinema Brasileiro na Escola, evento de encerramento do projeto de extensão Cinema Brasileiro na Escola, vinculado ao Programa de Extensão Universidade Sem Fronteiras, da SETI/PR, ocorreu no dia 27 de agosto de 2014, no Auditório do Núcleo Regional de Educação.
O evento foi organizado pelo Campus de Curitiba II (Faculdade de Artes do Paraná) da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), em parceria com o NRE de Curitiba, voltado especialmente para professores de Artes e de Língua Portuguesa da rede pública de ensino da cidade de Curitiba.
Para a Profª Salete Sirino, coordenadora do projeto, “há tempos, realizadores, pesquisadores, educadores e estudantes do Cinema Brasileiro têm a crença na relevância da inserção de estudos do Cinema Nacional na Educação, tanto como uma forma de formação cultural e de plateia ao cinema produzido no Brasil, quanto pela inserção de novos realizadores de cinema”. Neste sentido, torna-se relevante a recente aprovação da Lei 13006/14, de 26 de junho de 2014, a qual acrescenta ao art. 26, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional: § 8º A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, duas horas mensais.
Visando contribuir, inclusive, com a prática desta recente Lei, no evento foi lançado o livro Cinema Brasileiro na Escola: pra começo de conversa, cujos textos que o compõe resultam de reflexões a partir de duas vertentes: histórica e análise de filmes. A primeira linha, de História, perpassa por uma visão cronológica, desde as primeiras manifestações do cinema no Brasil até a produção contemporânea – mais de cem anos da trajetória do Cinema Brasileiro. A segunda linha, de Análise Fílmica, com abordagem centrada nos elementos que compõem o discurso cinematográfico, os trabalhos da Direção, Produção, Fotografia, Arte, Montagem e Som.
Destarte, os professores participantes do Seminário receberam o livro Cinema Brasileiro na Escola: pra começo de conversa, organizado pela Profa. Dra. Salete Sirino e pelo Prof. doutorando Fábio Francener Pinheiro, que conta com capítulos de autoria de bolsistas graduandos e egressos do Curso de Bacharelado em Cinema e Vídeo da UNESPAR/FAP, integrantes da equipe do Projeto de Extensão Cinema Brasileiro na Escola: Agnes Vilseki, Bianca Pasetto, Carla Abrão, Érica Ignácio, Fábio Thibes, William Manfroi.
Este livro conta, também, com capítulos de autoria do Prof. Dr. Acir Dias, do Prof. Dr. Eduardo Tulio Baggio, do cineasta e doutorando em cinema Paulo Munhoz, da Profa. doutoranda Solange Stecz, do Prof. Dr. e Sound Designer Ulisses Galetto. A Nota Introdutória e a revisão dos textos que integram este livro são do crítico e professor de cinema, José Carlos Avellar. Na abertura do evento, Fabio Thibes fez a leitura do último parágrafo do prefácio do livro:
“Um certo reconhecimento de que pouco se conhece do cinema brasileiro, de que é preciso partir de onde tudo começou, do ponto zero, dos recomeços depois do começo, se insinuam nas entrelinhas da retrospectiva histórica, da discussão da forma e do sentido e das discussões de procedimentos narrativos ou técnicos dispostas depois das considerações iniciais sobre a importância da análise crítica de filmes. Numa prática tão recente quanto a do ensino de cinema, analisar filmes é o que de verdade ensina como ensinar cinema. No começo do século passado a produção de filmes e a análise de filmes inventaram juntas a linguagem de cinema; a primeira, antes mesmo de organizar os processos produtivos; a segunda, antes mesmo de contar com uma base teórica já existente em todas outras artes. Até um tempo recente, para aprender a fazer cinema, era preciso infiltrar-se numa equipe, aprender pelo que, certa vez, Humberto Mauro chamou de “escola dos brasileiros“, o olhar: “olhou, viu, fez”. O cinema, que saltou direto da prática para a universidade, sem passar pela escola, tem agora o convite de retornar à escola, para começar lá a educar o olhar do espectador, do crítico, do realizador. Pra começo de conversa, cinema. Provocador onírico, segundo Glauber. De tirar o sono, diz-se aqui. Invenção inacabada, e por isso mesmo, convite para continuar inventado – filmes e tudo o mais.” (por: José Carlos Avellar).
De acordo com Salete Sirino, “com a publicação do livro Cinema Brasileiro na Escola: pra começo de conversa, espera-se contribuir com conhecimentos sobre a influência do texto e do contexto na produção do Cinema Brasileiro, com atividades pedagógicas com o Cinema Nacional, visando ao desenvolvimento do senso crítico e o enriquecimento cultural dos estudantes da Educação Básica. Espera-se, também, a criação de uma resistência à colonização cultural advinda do cinema estrangeiro, que mais do que interferir no modo de ser e de agir das pessoas, inibe o olhar para o Cinema Brasileiro pela sua própria gente e, consequentemente, inibe o olhar à identidade cultural de seu país”.
Confira algumas imagens: