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Unespar recebe doação da Coleção Escrever o Cinema, contendo pesquisas em artes

Geral, pesquisa

por Denise Ligmanovski publicado: 28/08/2024 14h11 última modificação: 28/08/2024 14h11

A Universidade Estadual do Paraná (Unespar) recebeu a doação da Coleção Escrever o Cinema, que tem, conforme o texto de apresentação, a finalidade deexpandir para a página dos livros o ato de fazer cinema, trocando a lente pela letra, substituindo o roteiro pela reflexão”. O material já está disponível para empréstimo à comunidade acadêmica na biblioteca da Unespar, sede do Boqueirão, onde funciona o curso de Cinema.

Em meio aos autores e coordenadores da Coleção, a Unespar tem presença importante e participação direta na produção. Entre os títulos, dois autores são egressos, além de ter na coordenação editorial dois docentes da Universidade.

 "Brian De Palma / a opacidade mascarada", é do egresso do Mestrado em Artes do Vídeo (PPGCineav), da Unespar, Wellington Sari e “Ficção Especulativa no Cinema Negro Brasileiro: A estética afrofuturista em curtas-metragens”, da egressa do bacharelado e do Mestrado em Artes do Vídeo (PPGCineav), da Unespar, Kariny Martins.

Também pertencem à coleção os títulos "A verdade extática no cinema documentário de Werner Herzog", de Jéssica Frazão e "O cinema disruptivo de Ozualdo Candeias: Morte, desengano e marginalidade", de Sissi Valente.

Sari é cineasta, pesquisador, professor e mestre em Cinema e Artes do Vídeo pela Unespar.

É um dos fundadores da produtora de cinema O Quadro e atua, também, como diretor do Metrô – Festival do Cinema Universitário Brasileiro. Seu livro lida com duplos, perucas, vigias, cópias, premonições, Alfred Hitchcock, maneirismo, giallo, Dario Argento.

Kariny é curadora, roteirista e pesquisadora de cinema e audiovisual. Mestra em Cinema e Artes do Vídeo pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e doutoranda em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF). A autora investiga as intersecções entre ficção especulativa, cinemas negros contemporâneos e a curadoria em perspectiva decolonial. Atualmente é roteirista na TV Globo.

Na coordenação editorial estão o produtor editorial e professor do curso de Cinema da Unespar, Alexandre Rafael Garcia e Eduardo Tulio Baggio, também professor da Universidade, do bacharelado em Cinema e do PPGCineav.

Segundo Sari, o resultado do livro teve total influência do mestrado realizado na Unespar. “O livro nasceu como pesquisa de mestrado, não apenas o conteúdo, mas também a forma. Sendo um programa de mestrado em artes, havia uma certa liberdade para pesquisa que permitiu acrescentar ao livro uma séria de caminhos ligeiramente ousados”, explica.

“Graças ao perfil do curso da Unespar pude refazer imagens de um cineasta anterior e pude usar muitas notas de rodapé que, por vezes, mais eram um texto à parte”, exemplifica Wellington.

Para Kariny, que iniciou a pesquisa no bacharelado como bolsista Capes, “o livro é fruto da minha pesquisa de mestrado na Unespar, na primeira turma da pós em cinema. Ele só existe por conta deste espaço. Boa parte das referências foram buscadas por fora porque eu queria um debate mais amplo com autores e referências negras”, revela.

É o quarto ano de publicações da Coleção Escrever o Cinema. Nos volumes da coleção, pesquisadoras e pesquisadores ligados à universidade lançam luz sobre aspectos teóricos, históricos e críticos de diferentes obras da cinematografia mundial, em diálogo com outros campos do conhecimento, mas sempre retornando para os filmes em si.

Alexandre Rafael Garcia conta um pouco sobre a criação da coleção: “Tenho orgulho dessa coleção que surgiu entre docentes e estudantes, de graduação e mestrado, ligados a Unespar. Achamos importante porque assim criamos um histórico e uma tradição da publicação de livros específicos sobre a pesquisa de cinema no Brasil. E esse é um fato muito grandioso. No momento, é a maior coleção de livros sobre cinema publicado no país. Até o próximo ano, provavelmente serão editados mais cinco títulos”.

O coordenador esclarece que todo o processo, desde as pesquisas, editoração, digitalização, impressão e divulgação é feito com recursos públicos.

Em relação ao curso, ele acredita que é importante “porque expande a possibilidade de trabalho com o cinema, considerando que para fazer cinema não basta só fazer filme. Se faz também pesquisando, escrevendo e publicando livros, ou seja, aumentando o ecossistema do cinema. Expandir a pesquisa sobre cinema no Brasil é grandioso”, constata.

O livro físico para o docente também é importante. “Também acreditamos no livro físico, na importância em ter um objeto, um material que condensa uma pesquisa em cinema. Fazemos questão de imprimir os livros e doar para as bibliotecas, onde se acessa o conteúdo e conhecimento e se pega emprestado para serem lidos, devorados e processados”, conta.

O coordenador completa dizendo que as atividades “tem proporcionado uma relação muito forte com as novas gerações, com os estudantes dos cursos de graduação e pós da Unespar.”

O primeiro projeto da editora curitibana O Quadro é a Coleção Escrever o Cinema, que visa dar vazão à força e intensidade das pesquisas sobre audiovisual realizadas em Curitiba e no Brasil, colaborando de maneira inovadora no mercado editorial de livros sobre cinema no território nacional.

Nesta temporada, o projeto foi realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba, com incentivo da EBANX, e apoio do Estúdio Tijucas.

As livrarias onde é possível adquirir um exemplar (inclusive on-line) são: Itiban Comic Shop em Curitiba, Blooks Livraria no Rio de Janeiro e Livraria do Belas em Belo Horizonte. Outras informações estão disponíveis em https://linktr.ee/aquadroedicoes