O Centro de Educação em Direitos Humanos da Universidade Estadual do Paraná (CEDH), por meio do Núcleo de Educação Especial Inclusiva (Nespi), realizou, nesta terça-feira, 13, uma ação no campus Curitiba II/FAP que proporcionou acessibilidade a um grupo de pessoas com deficiência visual, em parceria com o Centro Cultural Teatro Guaíra - Orquestra Sinfônica do Paraná. "A intenção foi que pessoas cegas pudessem reconhecer instrumentos musicais por meio do tato", explica a coordenadora do CEDH, professora Andréa Sério Bertoldi.

Para isso, os músicos da orquestra tocaram, de maneira individual, instrumentos de corda, sopro e percussão. Também falaram sobre cada um dos instrumentos, destacando inclusive o material que é feito. Depois disso, o grupo participante pode tatear os instrumentos para reconhecê-los. "Os músicos foram muito atenciosos e, depois de tocarem o instrumento e explicarem, pudemos pegar, sentir a forma, o tamanho, e a textura dos instrumentos, o peso de cada um", conta Manoel Negraes, sociólogo, com deficiência visual e proprietário da Vias Abertas - Comunicação, Cultura e Inclusão. "Sem esse acesso, essa proximidade de fato com os instrumentos, nunca saberíamos como são", salienta.

Para Negraes, a ação foi melhor do que o esperado. "Pessoas com deficiência visual gostam muito de música, porque é uma arte sem barreira e muito acessível para quem não enxerga", assegura. "Porém, muitos já nasceram sem enxergar e não tiveram oportunidade de saber como são os instrumentos", explica Negraes. "Temos muita curiosidade de conhecer cada instrumento", admite. Com 40 anos e com baixa visão desde a adolescência, o sociólogo, que trabalha com inclusão de pessoas com deficiência, já tinha a intenção de oportunizar que pessoas com deficiência visual pudessem conhecer instrumentos musicais. "A Unespar é uma universidade que está muito aberta para o nosso tema, é importante termos ações em locais públicos, para termos mais acesso", complementa.

Outras atividades em parceria com o CEDH estão sendo articuladas. A ação teve o apoio do Teatro Guaíra, através da diretora-presidente Monica Rischbieter, e da Orquestra Sinfônica do Paraná, com a diretora Shirley Conceição.